sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Sonho de uma tarde de verão...


in Diário de Notícias
Diz o ditado que "Vozes de burro não chegam ao Céu"... Será isto verdade ? A ser verdade terei que acrescentar um outro adágio popular que diz que "Não há regra sem excepção".  Digo isto   porque,  coincidência das coincidências,  depois de tanto falatório por parte deste "burro" que vos escreve surgiu na imprensa notícia sobre alterações à Lei que regulamenta as pensões e reformas.  Entre várias coisas,  é referido a dado passo a intenção de  proporcionar aos Reformados por invalidez a reforma por inteiro,  sem qualquer tipo de penalização.

Os mais atentos a este espaço e  até mesmo os menos atentos,  tal é a profusão de referência a este assunto,  irão imediatamente encontrar paralelo com as publicações anteriormente difundidas,  nomeadamente   no  último  par de semanas, relativas precisamente a esta questão que me é,  de resto, muito querida e que tenho procurado trazer à praça pública há bastante tempo.

Suspeito que estarei a ser escutado pelos Serviços Secretos que depois me roubam as ideias,  levando-as depois para os corredores do Poder  onde as  apresentam como suas,  procurando depois transformar em Leis que os tornem populares aos olhos dos mais desatentos.  Há muito que luto,  qual Dom Quixote contra inimigos  imaginários,  por uma Reforma por motivos de invalidez sem penalização em termos de vencimento auferido.

Qualquer pessoa concordará que para alguém que se reforma por invalidez,  devido portanto a alguma problemática  de saúde,  seria da mais elementar justiça  continuar a receber igual salário relativamente à situação  laboral activa que obrigatoriamente interrompeu. Caso contrário,  e como me sucedeu  a mim e a muitos outros,  constituirá  uma   dupla penalização: a doença e a perda de rendimentos,  tão importantes para fazer face a essa mesma doença. A pessoa fica doente e ainda por cima mais pobre. E ainda,  ninguém adoece de propósito...

Pois, mais uma vez,  as profecias do  "Velho do Restelo Grisalho" (agora com cabelo mais curto, pois foi ao barbeiro aliviar a carga capilar que aumentava a sensação de calor)  parecem milagrosamente materializadas perante o olhar incrédulo de todos ! Poderá ser esta mais uma prova das capacidades proféticas deste  Vosso Amigo ?

Agora é que me descobriram a careca.  O que vale é que é dos carecas que elas gostam mais...


Não sei se me caberá alguma fatia do bolo. Não ficou,  pelo menos para mim,  claro quem beneficiará de tal medida nem se terá algum tipo de efeito retroactivo,  mas é um primeiro importante passo em direcção de uma Sociedade mais justa e que protege  e defende quem realmente precisa e quem já sofreu mais do que tinha direito...


Repare-se na coincidência:

A fotocópia acima reproduz um pedido que fiz à Entidade Bancária, em 1984, que na altura me conduziu situação de reforma, por questões de  saúde, dada a invalidez que me afectara, inesperadamente,  e antes do termo da atividade normal como trabalhador e que  motivou a redução quanto ao montante a liquidar mensalmente. A resposta foi de indeferimento do pedido de  reforma por inteiro. A minha única pensão de reforma, depois de tantos anos de laboração laboral, é, presentemente, a mínima no sector,  com a qual procuro sobreviver, aos perto de  90 anos de idade.

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Para melhor se entender o teor da carta, fotocopiada, do Banco Pinto & Sotto Mayor, datada de 28 de Fevereiro de 1984, que acima está inserida, transcrevo o que nela vem descrito:

                                             "Exmo Senhor,
                                                                      
                                                                Refa. Carta endereçada ao Conselho de Gestão
                                                                de 30 de Novembro de 1983
                                                                Reforma  por  inteiro
                                                                _______________________________________ 


                                               Reportando-nos ao conteúdo da carta supra referida, informamos 
                                               que o Conselho   de Gestão em 21.02.84  indeferiu o pedido de
                                               consideração  da  reforma por inteiro.
                                                 
                                               Os nossos cumprimentos.

                                                                                         (assinado)  Direcção do Pessoal. "  

  
Toda a correspondência que naquela altura foi trocada com  os  dignos  Gestores dos Organismos Oficiais  na Banca, sobre a questão de se considerar o tempo de serviços prestado à Banca em território angolano, a fim de se calcular o montante monetário para efeitos de liquidação da aguardada  pré-reforma (proveniente de situações ofensivas e humilhantes que me foram  dirigidas) ,   está resguardada em local convenientemente seguro.

Já agora, aproveito para historiar um pouco,  sobre uma questão que chegou a criar  algum desencanto  as  "fileiras" que agrupavam os Bancários , sobre  uma situação   injusta,  mais tarde legalmente solucionada, ,  que consistia na desigualdade de não ser adicionada  a pensão do 14º mês aos Associados da Zona Sindical  Bancária  do  Norte do País,

Movi, por conta própria,  muita acção junto dos Organismos Estatutários, para que, sobretudo aos Reformados Bancários do Norte ( como eu ) se praticasse o principio da igualdade,  praticando-se  a justiça  no sentido de  que  também, viessem  a ser contemplados com o pagamento do 14º mês, o que veio a acontecer,  felizmente,  perante o acordo,  posteriormente estabelecido,  nesse sentido. - o pagamento do 14º mês aos  sindicalizados  no  Sindicato dos Bancários do Norte.

Apenas para ligeira leitura, e breve apreciação,  anexo copia apenas de alguma documentação, que  nesse sentido  foi trocada:





Tá?!...

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