segunda-feira, 7 de agosto de 2017

PARA QUE AS MEMÓRIAS NÃO SE APAGUEM...

                                                      Capítulo 1 (n.º 3) do renunciado  LIVRO das memórias..

Prosseguindo   à   edificação    da  "montanha" que sobreviveu à desistência de se editar um Livro, sobre a  marcha de vida  sofrida  por  este  "Velho do Restelo Grisalho", de 90 anos,   e note-se  no  volume de papéis e  fotos recolhidas,    comprovativos das "historietas"  que se relacionem  com a   sua  auto- biografia...

Com a devida  vénia, e respeito,  atrevo-me a basear num trecho que sua Excelência o ex-Presidente da Republica,   Aníbal  Cavaco Silva, inseriu, na sua obra  Literária ( Quinta-Feira e Outros Dias) que transcrevo, pacialmente:- O meu acordo, Excelência....

"... Eu, que sempre recusei ser comentador da televisão ou da rádio, que tenho  aversão à  intriga política e partidária,, tanto ao gosto da comunicação social, e que  nunca me dediquei à  arte de seduzir  jornalistas"   ( A parte sublinhada é de autoria de quem emite o pressente blog).

Maquina de escrever, antiga, hoje substituída pelos computadores......


Caderno volumoso  onde estão resguardados documentos históricos e fotos..
 Já agora, mais uma historiazinha...

Estávamos atravessando um período muito "aquecido" pelo detonar das armas militares, precedente  da data  da Independência de Angola,  que estava sendo objecto de confrontos mortais, em  que  inúmeras vezes  as lavadeiras,  que trabalhavam no  bairro em que eu residia ( Bairro Prenda), passavam por  mim  e gritavam r " Mata branco... mata branco !..."

O que relato, passou-se  já há muitos anos, muito   antes da Independência de Angola.  Como no meu bairro existiam Escolas da Instrução Primária, frequentadas por muitos alunos, na maioria  filhos de Pais  Brancos,  volta e meia, durante a noite, estas Escolas eram assaltadas  por  negros ressabiados,  por vezes com o apoio de esquisitas  armas mortais.

Houve, então necessidade de se organizarem  pesquisas nocturnas, chefiadas por competentes militares. a fim de se  combaterem as agressões nocturnos  que estavam surgindo ao longo  do período  nocturno.

Como já   não  havia militares  disponíveis   para esse  exercício de pesquisas nocturnas,  e  rondas,  houve  necessidade de se socorrer a militares que tenham  passado à situação de  reserva..  Fui  "requsitado", por isso, ,  pelo Exercito ainda  existente, em Angola ,a colaborar  com a minha comparticipação no comando  na condução ds jeeps do Exercito, nas rondas  de  sondagens nocturnas, que se faziam  em todo o território.  Como fui militar, graduado, acedi   comparticipar nessas perigosas  buscas,  que se faziam durante toda a noite.. naquelas  zonas da cidade de Luanda.

Certa noite, em  que eu comandava  as equipes   rotativas, sentado  sempre ao lado do condutor da viatura,  em alerta constante vigilância,   e em que não chegou a haver nessa  noite  qualquer  tipo  de tiroteio, ordenei ao motorista que me conduzisse a casa, o que ele cumpriu, despedindo-se de  mim, com uma formalizada  continência, ao que eu correspondi com outra  militarizada. continência..

Mas... o que sucedeu  no instante em que nos despedimos, o  motorista pegou na metralhadora que  conduzia( em Luanda) , ao seu colo, durante toda a viagem,  deu conta que a metralhadora estava com o gatilho carregado, por engano,  e  pronto a fazer fogo,  a todo o momento, estando apontada, erradamente,    em  minha direcção, contrariamente aos regulamentos  do  Exército!

Foi por um   triz  que  escapei de ser morto, devido a uma  regra militar não cumprida... Nunca apontar uma arma ao seu  Comandante....

Considerei isto como um Milagre de Nossa Senhora de Fátima,-  e  em tempo de guerra...

Nessa altura, tinha dois filhotes,  que andavam a aprender o ABC, nas Escolas... ( em Luanda) e agora  tenho quatro encantadoras Netinhas, ( aqui em Portugal)  e, se Deus quiser, dentro em breve,serei promovido a  BISAVÔ

Ta?!...

 

 



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