terça-feira, 8 de agosto de 2017

LIVRO ( Continuação) pag. 2.

Agora já  na Europa - em Portugal . (continuação),

Em Lisboa, em 25 de Julho de 1939, fui "Aprovado" num exame do 2º grau do ensino primário elementar, cujo Diploma assinado pelo então Director, A (?) Costa, foi emitido no  Distrito Escolar de
Lisboa, cuja aprendizagem  fora exercida na Escola Primária Oficial nº 45 em Carnide- Luz, onde deixei grandes amizades e que se alongaram pelos tempos fora.  Não sei porquê, alguns  companheiros de infância, portanto colegas amigos, chamavam-me o " China Macau", e esfregavam  os dedos nos seus narizes. Talvez por eu  ter  nascido em África. (Angola).

A sociedade de Geografia de Lisboa, na Semana das Colónias, em 1934 (s.e.)  passou-me um Diploma  de Menção Honrosa, Concurso Escolar,  por um trabalho com o qual concorri e venci. Informaram-me mais tarde, que Salazar  prestara um elogio ao meu trabalho vencedor.

Sucedeu que, num período  que antecedeu o meus regresso a Angola, submeti-me a um exame de admissão aos liceus, exercido no Liceu Camões, em Lisboa,  e... chumbei !.. O motivo pelo qual não mereci aprovação, deveu-se ao facto de na redacção escrita  não ter descrito que um cão com a cauda caída ( que era o desenho) poderia ser o sintoma da RAIVA   CANINA.   Pois, eu sabia lá o que era a  doença  da raiva  que atacava   só os  cães ?  Em não era médico, e só conhecia outros sintomas e tipos de   raiva

No ano em que rebentou a II Guerra Mundial, o santo do meu tio Rogério, conduziu-nos a mim e ao meu irmão Zé Bate até ao cais de Alcântara, em Lisboa, para  embarcarmos com destino a Luanda,  no paquete de passageiros "Angola". À nossa muito querida Avozinha  Helena,  (soubemos mais tarde) que  não lhe  foi permitida a despedida dos seus queridos netinhos, dado o seu estado de saúde,  que poderia causar-lhe grave emoção e falecer repentinamente. Mantive com esta saudosa Avó, muita correspondência, onde dizia estar sempre sonhando comigo e irmão.

Fizemos uma viagem sem sobressaltos.  Aportamos  Funchal (Madeira), S. Tomé, Foz do Zaire  e de seguida o navio ancorou  na baía de Luanda... Recordo-me da aproximação e abordagem do gasolina, ao navio, no qual  vinham o nosso Pai e o nosso tio Botas ( este, marido da saudosa tia  Chinha (Dulce)  esperar-nos, com grande ansiedade e expectativa, dadas as dificuldades de comunicações que   dificilmente se estabeleciam entre terra e o barco.

E... então na terra acolhedora... ANGOLA - Luanda:-

Fomos então  viver na Vila Areias, em casa do nosso Pai ( Domingos José)  convivendo  com a nossa madrasta  Celestina ( que casara com o nosso Pai),  com o irmão recente, o Óscar, e com o  meio-irmão Zé Úria,  ja bastante  adulto. O nosso Pai (Domingos  José)  era funcionário  superior dos Correios.

Chumbei novamente no exame de admissão aos liceus, pois tive longo período sem  ter aulas  e sem explicadores.

Entretanto, mercê de um despacho ministerial, tive que repetir o último ano de frequência ma Escola comercial de Luanda, a primeira a ser instalada em Angola, ( por ordem de Salazar) para que fosse oficialmente reconhecida esta Escola, ( que acabou por ser oficializada por portaria ministerial  nº 16, de  Outubro de 1945, que,  inicialmente esteve  instalada no Palácio do Comércio, ainda em  construção. Na caderneta Escolar 8do Ensino Comercial) regista-se o seguinte:- O aluno  Armando José Carmo Ferreira Baptista concluiu o curso do comércio com a classificação de 13 valores - 10 de Janeiro de 1947"..
Entrei, assim, na fase de cumprimento de actos laborais ( e profissionais) para ajudar a Família e par sustento próprio...


Em carta de 6 de Março de 1946, a firma J. Lopes (agente geral em Angola dos produtos Lusalite,, entregou-me a carta em que confirmava o meu pedido de demissão,  nos seguintes  termos... "declaro que o ilmo. Snr. Armando Baptista  desempenhou sempre com zelo e máxima honestidade, as funções de meu empregado de escritório podendo desta, fazer o uso que entender".


De  imediato, arranjei emprego na firma SOREL, Agente da Caterpillar em Angola na qual me despedi e,  como  resposta, obtive uma carta da qual ressalto o seguinte:- concedemos-lhe a demissão solicitada. Não  queremos deixar de lhe manifestar o nosso pesar por ver afastar-se do nosso serviço um empregado que durante tantos anos (15) serviu sempre com  lealdade e zelo exemplares..."   Carta datada de 11 de Junho de 1958




                                                               (continua)...



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