quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A manta de retalhos...

Nota prévia: Esta publicação foi inspirada numa entrevista do Secretário Geral da Federação do Sector  Financeiro (FEBASE),  Rui Riso, concedida à revista FEBASE,  propriedade da referida Federação. A entrevista pode ser lida na Internet, a partir da página 3 do ficheiro em formato PDF (link disponibilizado abaixo).


Como, já por diversas vezes , aqui referi,  sou Reformado do sector bancário. Os problemas e as injustiças a que fui sujeito por ter exercido a minha actividade em Angola, são histórias que também já fui por aqui relatando.

Quando me vi obrigado a fixar residência e profissão em Portugal Continental (na Metrópole,  como então se dizia) fui colocado em Lisboa, sendo, por via disso, sindicalizado no Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas.  Algum tempo depois,  fui transferido para uma Agência a Norte, mais concretamente em Matosinhos. O meu novo Sindicato passou então a ser o Sindicato dos Bancários do Norte. A mesma profissão, Sindicatos diferentes, políticas assistenciais diferentes.

Confesso que, num País tão pequeno dividir o Sindicato em pedaços ainda mais pequenos me fez, e continua a fazer,  alguma confusão. Será do interesse de alguém, numa estratégia de "dividir para reinar", procurando, assim, enfraquecer uma Classe com um potencial reivindicativo assinalável ?

Já senti na pele as limitações impostas por esta divisão. Há alguns anos,  foi-me recomendado que passasse a usufruir,  juntamente com a minha  saudosa Esposa, de assistência permanente num complexo residencial para a terceira idade, em  Azeitão, propriedade dos SAMS, Serviços de Assistência Médico-Social. As condições eram muito boas. No entanto, o acesso  a esses serviços foi-me vedado com a justificação de que apenas se destinava aos  sindicalizados do Sul. Eu, por me ter reformado quando exercia funções na região Norte pertencia ao respectivo Sindicato. Outras limitações são por vezes impostas, nomeadamente ao nível das comparticipações dos exames e tratamentos de cariz médico.

O Secretário Geral da FEBASE prevê para o futuro a criação de  um Sindicato único. Sem ser um especialista afamado nesta matéria,  parece-me a opção mais lógica e acertada. Numa época de crise económica e financeira,  em que os próprios bancários se tornam vitimas inocentes da hecatombe especulativa, é vital promover a união destes trabalhadores, proporcionando uma base de luta e reivindicação de direitos mais unida e, consequentemente, mais forte.

A dado ponto, na entrevista referida, é perguntado ao Senhor Rui Riso qual a vantagem do Sindicato Único, ao que ele respondeu:

"Terem um Sindicato mais  forte, porque mais representativo. Há sinergias que acabam por não ser aproveitadas exactamente por haver cinco sindicatos. [...]
 E dada a importância do sector financeiro no sindicalismo em Portugal o seu fortalecimento conduzirá também ao fortalecimento da actividade sindical portuguesa."

Com um sindicato único, todos beneficiariam. Porquê teimar em manter a actual situação ?

Sem comentários:

Enviar um comentário